sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

As memorias de um eis combatente No 16

Certa manhã a patrulha que saiu para norte do Mecíto dá o alerta de haver vestígios de ter havido mechida na linha.
Chamada pela rádio elá vamos nós novamente, creio ter-mos ido a pé, por não ter-mos uma zorra dedicada só para esta estação quando era necessário era requesitada a Caldas Xavier.
Chegados ao local suspeito monta-se a segurança faz-se o reconhecimento da area e é encontrado um fio e algumas baterias que era o necessário para fazer o rebentamento.
Só que pelo que conseguimos apurar os frelimos devem ter tido medo e fugido do local deixando tudo para traz.
Depois de tudo reconhecido, á que começar a trabalhar.
Aqui já tinhamos a certeza de haver qualquer coisa na linha, nunca pensando que podesse ser tão grande.
A primeira operação era descobrir o fio junto a linha e corta-lo, depois do engenho explosivo estar inutelizado e desarmado, há que levanta-lo.
Mando afastar o pessoal da zona e começo a remover pedra por pedra de entre as travessas até que começam a aparecer petardos de T.N.T. de 200 grs cada.
Procuro o que tem o detonador e desarmo-o, a partir daqui tudo foi mais fácil.
Começo a tirar um por um e empilhalos em cima das travessas da linha. Soltos estavam 75 petardos mais uma caixa que depois de aberta continha outros 75. Ao todo foram removidos 30 Kg de T.N.T.
Claro que com estes levantamentos, havia um prémio suplementar para o funcionário que fazia os trabalhos de levantamento, o que fazia sempre jeito um extra.
Algum tempo depois resolvi mudar de vida e voltar para o sul.
E com esta mensagem creio ser e por agora a útima desta série.
Ora bem amigos, camaradas e para todos aqueles que tiveram a paciência de ler estas minhas memorias um grande abraço para todos.
Estas são e continuarão bem acezas na minha memoria,
Como as memorias de um eis combatente.

Cancioneiro do Niassa Velhas picadas esburacadas Capim cerrado E o calor, sinto o suor Corpo cansado Moscas mosquitos Bichos esquisitos Ai é...