terça-feira, 16 de novembro de 2010

As memorias de um eis combatente No 14

Certa noite depois dos comboios terem passado (todos os dias dois para norte e dois para sul) depois das patrulhas terem regreçado ao aquartelamento depois da linha ter sido encerrada para qualquer actividade, começaram a ouvir-se rebentamentos para sul não muito longe do Mecito o que durou não muito tempo.

Demanhã no dia seguinte logo pela fresquinha o pessoal pôe-se a caminho para ver o que se tinha passado.
A cerca de dois quilometros e ainda uma certa distância do local começou-se a vislumbrar os estragos na linha.
Conforme nos fomos aproximando vimos que o carril esquerda estava partido que tambem havia 2 minas anti-carro que não tinham rebentado.
Na chegada ao local monta-se um despositivo de segurança dão-se indicações ao pessoal da defesa civil e tambem ao pessoal do exercito que nos tinha acompanhado para fazer a segurança e para num raio de acção de 75 a 100 metros fazer um completo reconhecimento de todo o terreno para a possibilidade de provaveis minas anti-pessoais.
Enquanto eu no local do rebentamento e pela esperiência que tinha de minas e armadilhas, ver a melhor maneira de remover as minas sem possiveis rebentamentos.
Nunca tinha acontecido ainda, mas para uma possivel contra armadilha (contra armadilha será uma armadilha por debaixo de uma mina a explodir quando se remove o que esta por cima) e jogando pelo seguro depois de ter removido os detonadores sem as ter movido.
Com uma corda amarrada a uma das mãozeiras que serviam para o transporte e a uma distância mais ou menos rasoavel, as minas foram removidas uma a uma sem qualquer sobressalto. Nada tambem para reportar nas redondesas.
Depois de tudo limpo na area resolvemos fazer o reconhecimento mais para sul ainda, na possiblidade de mais problemas mas só tinha sido ali.
Neste reconhecimento e andando sobre as traveças da linha e como num caso destes era eu sempre o da frente, dando instruções a todo o pessoal para não pisar for a da travessa. Depois de todo o pessoal da defesa civil e do exercito ter passado o último da fila, um soldado do exército para azar dele, pôs um pé no sítio errado, fora das travessas (mesmo depois de eu ter avisado) e fez o acionamento de uma mina anti-pessoal, ficando sem um pé. Foi metido numa zorra e evacuado.
Mais umas semanas passaram sem contratempos, até que novos rebentamentos mais a sul ainda.
Nova saida pela manhã bem cedinho aqui o estrago foi um pouco maior. Com a linha rebentada numa estenção de pelo menos trinta metros.
As mesmaas instruções de reconhecimento e segurança e á que começar a trabalhar, remover três minas anti-carro e depois tenho a noticia de muita actividade na area. Neste local e sempre com a ajuda de uma faca de mato levantei nesta manhã as três minas anti-carro e mais treze anti-pessoais que tinham sido encontradas pelo pessoal.
Depois dos detonadores terem sido removidos qualquer mina é totalmente inofenciva, era a primeira coisa que eu fazia era torna-las inofencivas.
Claro que depois a linha tem que ser reparada. Aqui entrava então o pessoal ferroviário com a proteção do Exercito.

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