Sem descançar, entrava-se agora no segundo dia de marcha.
O ferido tinha perdido sangue, e necessitava de descanço e cuidados mèdicos.
Decidi, assim, mudar o rumo, e continuando para SUL, embrenhamo-nos em zona de densa vegetação, onde era possível a ocultação da força,à visão, de longe, dos grupos IN. Estes moviam-se no terreno,com extrema rapidez e ocultação.
Fomos flagela-dos mais duas vezes,até que finalmente ambrenhamo-nos no denso arvoredo.
Estavamos a entrar na zona do Rio Necomborera.
Uma tentativa de perseguição dos grupos IN não era aconselhável. Não só era urgente a nossa chegada a um posto de apoio, como o estado geral do pessoal não permitia movimentos supérfluos.
Foram encontrados, á medida que avançavamos para Sul, inúmero núcleos de palhotas, em bom estado de conservaçºão e com sinais recentes de utilização.
O guia informou-nos que pertenciam ao povo NECONBORERA.
Efectivamente, encontravamo-nos perto das nascentes do Rio Mepotxe.
Este povo, controlado pelo IN, cultivava as machambas do Micalanga e Zumbezi, na planície do Rio Lunho, para onde se deslocavam todas as manhãs e, donde regressavam ao fim da tarde, sempre acompanhados dos elementos IN, armados. Seguem uma rede de trilhos, secundários de um troço único; o trilho que liga as antigas povoações de Miandica e Namatumba.
Continuamos marcha, agora no planalto, em terreno plano e com densa vegetação. Foram encontrados mais alguns trilhos batidos. Continuamos.
Nesta zona era impossível obter comunicações com Augusto Cardoso ( Metangula)
Cerca das 15,15 h e já no limite do planalto o heli passou pela nossa vertical, tendo, finalmente, entrado em contacto conosco.
Foi feita a evacuação, em local aproximado 12º 30' 34º 54'. Ao longe um grupo IN flagelou-nos, pois o heli tinha indicado, ao descer, a nossa posição.
Reagiu-se, alguns elementos, aligeirados, livres do seu camarada morto e do ferido grave, que tinham sido evacuados . Avançou e a rajadas de MG/42 e de tiros de G3 encostada ao ombro sempre a correr na direcção do IN pos o mesmo em debandada, tendo deixado mais dois mortos.Estavamos seguindo o limite do planalto, num rumo, portanto definido e previsível.
O IN continuava mostrando agressividade, o que não é muito vulgar na zona. Possivelmente a concentração de vários grupos deu-lhes segurança e confiança.
A continuação da marcha, no limite do planalto levava-nos a uma verdadeira ratoeira, onde o IN certamente emboscado, e conhecendo o nosso rumo, tentaria um contacto com nítidas vantagens. Foi decidido, assim,alterar, bruscamente, para Sul.
Desceu-se á planície.
Eram cerca das 16 h
Estava a terminar o segundo dia de marcha. Todo o pessoal se comportava bem, mas o cansaço era notório.
Avançavamos já em direcção a Nova Coimbra. Pouco depois o IN, do planalto, dando conta tardio do nosso movimento de diversão, flagelou-nos por duas vezes, de longe com LGF.
A agressividade do IN, não lhe dá, ainda, porém, para se aproximar. Todas as flagelações foram de longe. A nossa marcha pela planície, embora não facilmente detectada da planície, já o era, porém, do limite do planalto sobranceiro, local onde se encontrava um grupo IN.Decidi entrar no leito do rio, afluente do Rio Zumbezi, onde avançamos, com água de 20 cm, coberto pelo denso arvoredo que fazia com que o rio corresse num verdadeiro túnel de vegetação.
O Destacamento de Fuzileiros Especiais Nº9 fez a sua comissão em Moçambique entre 69 e 71
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Cancioneiro do Niassa Velhas picadas esburacadas Capim cerrado E o calor, sinto o suor Corpo cansado Moscas mosquitos Bichos esquisitos Ai é...
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